sábado, 15 de agosto de 2009

Breves lições de História: "Administrar um país"

O rei era auxiliado pela Cúria Régia (formada por altos funcionários). Em situações excepcionais eram convocadas assembleias com mais ampla representação. Estas Cúrias plenas ou extraordinárias transformaram-se nas Cortes.
Das Cortes, dos primeiros tempos, faziam parte representantes do Clero e da Nobreza. Mais tarde, terão também representantes do Povo ou Terceiro Estado (esta última designação mais conhecida em França).
A sua função era consultiva. Não tinham força de lei e careciam da sanção régia.
Normalmente, o rei seguia o seu parecer. Houve duas reuniões que tiveram carácter deliberativo: as Cortes de 1385 (para eleição de D. João I) e de 1641 (para aclamação de D. João IV).
Existiam ainda os Concelhos (povoações com alguma autonomia administrativa). o Foral era o diploma que estabelecia os direitos e os deveres dos habitantes de um concelho.
Os Forais eram concedidos pelos reis, grandes senhores da Nobreza, Clero e ordens militares.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Breves lições de História: "Povoar o reino"

A sul do rio Mondego as povoações eram escassas.
Depois da conquista, era necessário assegurar a manutenção do território. A defesa, povoamento e amanho da terra tornaram-se grandes prioridades dos reis.
Os ermos foram povoados graças aos monarcas, Igreja e ordens monásticas e militares.
Para atrair povoadores são concedidos privilégios especiais aos colonos, concedem-se forais e distribuem-se terras pelas ordens religiosas.
Às populações locais juntam-se estrangeiros. É preciso destacar o papel dos cruzados (dirigindo-se para a Terra Santa, para combater os Turcos, passavam pela costa portuguesa, prestando auxílio preciosos aos reis portugueses). A título de exemplo, D. Afonso Henriques irá doar-lhes Atouguia e Lourinhã.
As ordens monásticas irão assumir outro papel de relevo. É de salientar a acção destas, por exemplo, no mosteiro de Alcobaça.
As ordens militares de maior destaque, a sul, vão ser os Templários e Espatários (ordem militar de Santiago).

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Breves lições de História: "Cresce um país"

O alargamento territorial foi um das preocupações dos nossos reis.
D. Afonso Henriques inicia o processo de Reconquista (expulsão dos Mouros e recuperação das terras cristãs) no sentido sul.

Alguns dos reis e datas a destacar:
D. Afonso Henriques conquista Lisboa e Santarém, em 1147 e segue em direcção a Évora e Beja, conquistadas em 1159.
D. Sancho I, conquista outros territórios e chega até Albufeira, em 1189. Infelizmente, os Mouros irão conseguir recuperar todos os territórios do sul até Almada.
D. Afonso II irá auxiliar o sogro Afonso VIII de Castela na cruzada contra os infiéis, destacando-se a grande batalha de Navas de Tolosa (1212).
D. Sancho II, reconquista várias povoações no Alentejo e Algarve, destacando-se Tavira e Cacela, em 1238.
D. Afonso III irá conseguir expulsar definitivamente, em 1249, os Mouros do actual território de Portugal continental.

Link para síntese cronológica dos reis de Portugal.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Breves lições de História: "Nasce um país"



No dia 5 de Outubro de 1143, é celebrado entre D. Afonso Henriques e seu primo, rei de Leão e Castela, Afonso VII, o Tratado de Zamora.
Este acontecimento marca, para alguns, o início da História de Portugal.
D. Afonso VII reconhece o direito do seu primo usar o título Portucalensis Rex (rei de Portugal). Contudo, é preciso salientar que naquelas épocas era preciso que o Papa reconhecesse um reino e o seu rei para ser aceite, como tal, internacionalmente. Isso veio a acontecer, em 1179, com a concessão da Bula Manifests Probatum pelo Papa Alexandre III.

"Ao nosso muito amado filho em Jesus Cristo, Rei dos Portugueses.
Sabemos por evidentes sucessos que, como bom filho e príncipe católico, tendes feito vários serviços à Sacrossanta Igreja, destruindo valorosamente os inimigos do nome Cristão, dilatando a Fé Católica por muitos trabalhos de guerra e empresas militares, deixando um nome de grande memória e um exemplo digno de os futuros o imitarem.
Confirmamos a Vossa grandeza e Portugal com inteira honra e dignidade de Reino e todas as terras que, com o auxílio da Graça Celeste, ganhardes aos sarracenos e sobre as quais não possam príncipes cristãos julgar-se com direito.
Concedemos também estas mesmas coisas aos Vossos ditos herdeiros e os defenderemos sobre este respeito (...)" fonte: Infopédia

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Salazar caiu ontem da cadeira

Pois é. No dia 3 de Agosto de 1968 o ditador português teve azar e caiu de uma cadeira (há quem fale que foi na banheira, mas isso é o menos importante). A partir daí nunca mais foi o mesmo e acabou por ficar incapacitado, sendo substituído mais tarde por Marcello Caetano.

O que é interessante é saber que o regime teimava em permanecer e a encenação foi ao ponto de "à volta do ex-presidente do conselho deposto durou ainda dois anos.
"Há uma ficção de tragédia posta em teatro: Salazar vivendo na residência oficial do chefe de Governo. Salazar recebendo ministros, embaixadores, jornalistas estrangeiros. Salazar discutindo política, concedendo entrevistas. E Salazar sendo somente um grande inválido despojado de todo o poder terreno, cidadão como os outros, sem dúvida carregado de passado, de história, de simbologia nos seus princípios, e do poder próprio de uma autoridade moral", escreve Franco Nogueira. (fonte)

A nossa História (que já vai longa e que iremos abordar em "breves lições") tem os seus momentos curiosos e reveladores de até onde o Poder pode ir.